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26 dezembro 2009

Feliz 2010 com Orassamba

Sempre gostei de música, sempre gostei de escrever.
E a partir do "Folha de Cima", um sonho antigo foi se formatando, e acabei por me tornar letrista.
Então, poeta, letrista, e para completar uma tríade de muito prazer, fui estudar canto.
Hoje, 4 anos depois, tenho um trabalho formatado como letrista e cantor, que se não são as minhas atividades principais na vida cotidiana, sem dúvida nenhuma são fontes de muito prazer.

Como o ano está terminando e não pretendo postar mais nada em 2009, vou deixar um vídeo que foi gravado pela amiga Rose Tóffoli, em Novembro de 2008, e que ficou arquivado aqui em casa até que no início desse mês, começando a lidar com o Windows Movie Maker, acabei editando e jogando no youtube.

Nele, não canto nenhuma das minhas canções em parceria com o Pituco, ou em parceria com o Floriano Villaça (meus principais parceiros nessa aventura musical...)

Canto "Orassamba", música de Guinga, com letra de Aldir Blanc, dos quais sou fã confesso.
Mais que isso, dividi palco com meu parceiro Floriano Villaça no Violão, e com meu mestre Ari Colares na percussão.
Ari é um dos maiores percussionistas do mundo, um estudioso de ritmos brasileiros, com quem tive o prazer de conviver e tocar nos anos 90 no Grupo Abaçaí, Balé Folclórico de São Paulo.

Há coisa de 3 ou 4 anos atrás, não tinha idéia que isso seria possível um dia. Mas foi, e no futuro outras aventuras memoráveis hão de pintar. Vou continuar nessa trilha de poeta, escritor, letrista e cantor.
Sei que não estamos na vida à passeio, mas o prazer tem que ser um objetivo principal.

Com vocês, minha interpretação para Orassamba (Guinga/Aldir Blanc)
Um grande 2010 para todos que viajam na rede e vez por outra param para visitar o meu blog.
Abraços e Beijos !

22 dezembro 2009

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Mágoa Espraiada
ROGERIO SANTOS

palavra pendida da carne
tatuada na cidade
com tinta forjada no tempo
de construções ancestrais
alquimia de ruas e paços
quem há de ouvir os meus ais?

maldito burocrata
puxa-saco caça-níquel
rasteira eminência parda
que infesta piratininga
com desprezo pela história

mas será o Anhangabaú?

que malfadada fonte é essa
que impulsiona meu poema
pela Ladeira da Memória?

até quando os topônimos
servirão à gatunagem
e quantos Robertos Marinhos
vão espraiar pela cidade?

periga daqui algum tempo
olhar o vale Silvio Santos
de cima do Viaduto Lombardi?



20 dezembro 2009

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Enquanto vais
ROGERIO SANTOS

enquanto vais
e voas e vens
ecoas demais
os gritos surdos
que soltei
por esse mundo
que não sei
por onde mensurar

com o fundo falso
de todo poema
que tomo de assalto
passagem secreta
tema em linha reta
copo de palavras
com fundo de verdade

buquê de porquês
de medíocre português
sem eira nem cobre
mas com muita coisa
pela beira por dizer

e por saber calar
também como faz
quem diz o que quer
mas represa em si
o que pode guardar

13 dezembro 2009

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Sertanias
ROGERIO SANTOS


de toda solidão
não restou um revés
o que trago nos pés
são geleiras e ondas
na aventura de caminhar

e a cada passo seguir
como um cais
para aprender a erodir
feito um rio
quando sabe o mar em si

beleza e solidão
partilhar o que é
cada qual uma galé
incerteza dos ventos
ditando o rumo
e a direção

e quando o próprio sertão
visitar
e nesse porto
se alguém ancorar
valer o tempo de sentir




06 dezembro 2009

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Continente
ROGERIO SANTOS

vai nave
vai musa
mar
sal
eclusa

velas
içadas
e lume
pela vida
afora

vai livre
e flutua
e abusa
da margem
de erro

que a saudade
é a ponta
do iceberg
de tudo
que é desvelo

continente

um único apelo
no lenço branco

jamais se entregue
a qualquer corrente

01 dezembro 2009

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Para espantar a solidão
ROGERIO SANTOS

a chuva sincopada
é samba que cai do céu
o vento na janela
solo da flauta de Deus
no fundo de todo peito
sempre toca um tambor

para marcar o que é amor

os dedos no piano
são carícias assim
quando dedilham viola
dão massagem no sim
o baixo e o pandeiro
cativam pelo paladar

pra conduzir quem sabe amar

a voz quando dispara
faz tremer a razão
o verso reverbera
direto no coração
e o mundo segue mais leve
voando pela canção

para espantar a solidão