A poesia
é o sobretudo
que me cobre.
O lado
de dentro
e o lado
de fora.
Folha de cima é o nome das terras que eram cultivadas por antepassados de minha família paterna.
Da mesma maneira, escrever, colocar minhas idéias viagens e experiências no papel ou armazená-las num sítio, é voltar ao cultivo de raízes das quais sou fiél depositário.
a folha em branco me entreolha como quem implora tenras palavras
e eu um tolo de mãos atadas com a cabeça no outono e sua dança aguardo a queda da próxima folha no desencontro da flor-de-maio enquanto imagino a festa de junho e me quero balão em noite estrelada seguimos assim, um não e nada cola tenaz e papel de embrulho
ouvir minhas canções no rádio tem outro sentido é como se finalmente, fossem bater nos confins do mundo ecoar e pegar alguns desavisados pelas costas feito brisa fresca em dia quente feito brisa quente em dia frio feito vida quando cobra atenção quando um tranco chacoalha alguém que desperta: - "olha, o trem está passando".
por isso, cantar poemas em canções não é uma escolha é uma doce ironia do destino. - palavras domando em pêlo o cavalo da melodia -