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09 julho 2011

319


Mar Morto
LIRIA PORTO/ROGERIO SANTOS

as lágrimas secaram
chorei sal
perder-te foi um mal irreparável
tal como se o mar se evaporasse
e eu tivesse que re_mar
tocar o barco

é quando se passa
do sólido ao líquido
o sal da saudade
consumindo a nave
a neve e o corpo

tudo fora de lugar
flutuando noutro mar
morto

07 julho 2011

318



Chaveiro
ROGERIO SANTOS


Todo mundo imagina
que só é poeta quem rima

nem todo verso vem pronto

nem redondo
e a vida ensina

nem todo caminho é uma reta

nem toda musa é menina

afirmo sem medo

que poeta é chaveiro
e usa lima

quando desvenda segredos

e abre portas
o céu é uma esquina

04 julho 2011

317


Ciclovia
ROGERIO SANTOS

travesso avesso na trave no travesseiro
até que a dor até que adorno adormeça
até que inverta e de aceite a um novo dia
a um ciclo vivído que a risca petisca
nova promessa (ah...) provando novo vértice
caco pró meça cato naco cateto
até que a noite verta tudo a revelia