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20 janeiro 2015

531



Palavra de Poeta
ROGERIO SANTOS

na mente do poeta,
a palavra é semente
a palavra floresce
na boca do poeta

nas veias do poeta
a palavra bomba
a palavra escorrega
na sombra do poeta

na pele do poeta
a palavra descansa
a palavra inspira
no peito do poeta

nos olhos do poeta
a palavra se fecha
a palavra brilha
na alma do poeta

e na face do poeta
a palavra é bonita
a palavra se excita
no colo do poeta

nos lábios do poeta
a palavra namora
a palavra se entrega
na língua do poeta

17 janeiro 2015

530



Resedá
Melodia: ANNA PAES
Letra: ROGERIO SANTOS

Entre as ladeiras da cidade ela se pôs
O olhar levando o que já foi desse lugar
No céu o mesmo azul reconheceu
Um suspiro feito o seu
Caiu do pé de resedá

Outras paredes
Outros pássaros no ar
As novidades que vieram pra ficar
Um arranha-céu que arranha a alma
Um fim de tarde que chegou
Antes do luar

Ah! Que lindas noites memoráveis
Uma, nem, duas talvez, três era pouco
Meu canto atravessando a madrugada
De déu em déu, bar em bar,
Coisa boa relembrar

Lágrimas nos olhos que me escolhem
Sabem bem como sonhei em te encontrar
Pra dizer o que não disse - do amor -
Pra caminhar enrolado em teus cabelos,
Feito flor de resedá.

Quantas vertigens a vaidade nos impõe
Se desatentos embarcamos sem pensar
Descaso é caminho pra descer
Faz a gente se perder
É pirambeira e despencar

Mas chega o tempo de buscar o que ficou
E a saudade é uma ladeira pra encarar
Quando falta perna e vem a conta
O tempo passa, o amor se foi
Nada vai voltar

Tempo de regar meu pé de resedá
Fazer um coração
Nele declarar o amor que eu sinto por você
Dele recolher um novo choro canção

Gente que não chora não merece compaixão
Entrego aqui esse meu canto 
Feito em forma de oração
Pra de vez fazer valer
O encontro desse conto em desencontro
Pra também pedir perdão

Entre as ladeiras da cidade ela se pôs
O olhar levando o que já foi desse lugar
No céu o mesmo azul reconheceu
Um suspiro feito o seu
Caiu do pé de Resedá

Outras paredes
Outros pássaros no ar
As novidades que vieram pra ficar
Um arranha-céu me arranha a alma
O tempo passa, o amor se foi

Nada vai voltar

15 janeiro 2015

529

(Foto: João Paulo Gonçalves)

Gibraltar
(Letra: Rogerio Santos)
(Essa letra foi feita para uma melodia, e aguarda desdobramentos)

Se o amor pra ela é um companheiro a mais
Pira de quimeras que não se desfaz
Se o amor é um porto sempre tão fugaz
Tábua de outros mares e outros litorais

Se o amor pra ela é sorte a se lançar
Sente um novo norte em cada novo mar
Se o amor é corte, a carne, então é cais
Erra, enquanto erra mais

Se o amor pra ela é sempre circular
Leva meu querer, sirena singular
Se o amor é morte, o ciclo se refaz
Ela, enquanto erra, jamais

Se o amor pra ela é feito velejar
Íntimos estreitos de colecionar
Se o amor, Mar Morto, salga até matar
Abre um oceano, ante Gibraltar

Se o amor pra ela é sorte a se lançar
Sente um novo norte em cada novo mar
Se o amor é corte, a carne, então, é cais
Erra, enquanto erra mais

Se o amor pra ela é sempre circular
Leva meu querer, sereia singular
Se o amor é morte, o ciclo se refaz
Ela, enquanto erra, jamais

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01 janeiro 2015

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Planos de Curto Prazo
ROGERIO SANTOS

- no primeiro minuto do ano:

abraçar e beijar o meu amor
abraçar e beijar os meus amigos
tomar meia garrafa de champanhe
sorrir e pular sete ondas
ficar nu e mergulhar no mar
contemplar constelações no céu escuro
sentir de perto o som das águas
pisar o chão com o corpo inteiro
respirar consciente do fato
agradecer por mais um ano
agradecer por mais um dia
agradecer por sentir poesia
pedir lucidez, saúde e proteção
para a escolha de novos caminhos
nos quinhentos mil minutos que virão