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28 junho 2006

40



Fotopoema
ROGERIO SANTOS

Guardo imagens
Impressas na alma

Multicoloridas
Preciosidades

Palavras
Num velho agadê

Recheado de saudades
Criptografadas


23 junho 2006

39



Textura
ROGERIO SANTOS
( Para Valéria Tarelho )

verão
nos
teus
versos
que
nunca
se
despe
da
própria
pele
a
veste

38


Conversa Ribeira
Música: ANDRÉA DOS GUIMARÃES
Letra: ROGERIO SANTOS

A melodia ecoa
trina o pássaro
tem cheiro de café
e bolo de fubá

Menino vem prá cá
é hora de banhar
arruma esse terreiro
que a noite vai chegar

O sino badalou
é hora de respeito
pensar na mãe do amor
no rumo desse vento

Na luz desse suor
que inunda o meu leito
mistura o sal do amor
com força de tormento

O cheiro no quintal
na chuva que bateu
na terra que molhou
o dia amanheceu

Menino vem prá cá
é hora de acordar
arruma tua cama
arranja esse bambá

O sino badalou
há missa na capela
rezar pro meu amor
voltar com alimento

Partiu na lua nova
no rumo desse vento
a lágrima derrama
na terra, o meu lamento

O cheiro no quintal
que hoje anda vazio
carrega o bem-me-quer
é pó no sal do amor

20 junho 2006

37



Lacuna
ROGERIO SANTOS

Na
flor-de-lis
da
farda
que
não
vesti
reside
perfume
voraz

no
fundo
dessa
gaveta
do
tempo
notas
que
aqui
jazz

16 junho 2006

36



Courvoisier
ROGERIO SANTOS

o
hálito
de
conhaque
contém
a
dose
certeira

o
gole
espessa
a
saliva
enquanto
acaricia
a
carne

o
cerne
absoluto
do
ser
-
a
chama
inexata
do
estar

os
verbos
seduzem
adjetivos
e
criam
a
fórmula
fugaz

alquimístas
secretos
de
odores
e
sabores
que
se
complementam
e
se
esvaem

12 junho 2006

35



Hai - Cais
Rogerio Santos


O beijo

A intimidade do beijo
Tem a força de um torpedo
Disparado com desejo

Constelação
Brilham estrelas:
- São os lindos olhos
da madrugada

Olfato
O bom perfume
Acende a chama
Espalha o lume



10 junho 2006

34



Cáucaso
ROGERIO SANTOS

mesmo
transpondo
montanhas
vencendo
terremotos
e cataclismos

mesmo
conhecendo
cada passo
que une
e separa
povos

mesmo
provando
o sabor do sal
do Mar Negro
do Cáspio
do Aral


jamais
trilharemos
caminhos
iguais
portanto
jamais
diferentes
caminhos

nunca
aceitando
outra língua
senão a que prova
nossa própria
saliva

06 junho 2006

33



Click!
ROGERIO SANTOS

céu azul celeste
sol oriente de outono
ar seco, brisa fresca
manhã de serôdio luar

o tempo não é de flores
mas sempre será primavera

jardim, varanda, janela

- violeta singular -