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29 novembro 2008

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Vai e faz
ROGERIO SANTOS

flor de vento
verdes são os tempos
desbravadas vias
sintonias finas
sons de efe eme

voz aguda
toda chave
na fogueira da palavra
não é cedo
não é tarde
não há saia justa

acontece que divisa
faz a linha imaginária
horizonte monte ponte
rompe um som pelo ar

vai sonhar
vai soar
vai sonar
vai e vai e vai e vai e vai

faz voar
faz ficar
faz brilhar
faz e faz e faz e faz e faz

flor de vento
ventania no loquete
quebra e parte
abre a grota
erosão se fez

23 novembro 2008

128 - Re-postagem

Vou abrir uma exceção merecida.
Repostagem do meu poema 128 - Beijo Torpedo

que foi musicado pelo Tony Pituco Freitas
e acaba de ter uma versão da canção inserida no youtube.




Beijo-Torpedo
Poema: ROGERIO SANTOS
Música: TONY PITUCO FREITAS

num dia nublado desses
te mando um beijo-torpedo
e explodo tua boca carmim
o susto será tão grande
que ficarás assim...assim...

enquanto pensas no fato
no zapt da situação
me cravo no teu coração
tatuo minha boca em tua nuca
e será tarde pro fim...pro fim

Trecho do show no Tocador de Bolacha em 19/11/2008
Beijo Torpedo
Rogerio Santos: voz e triângulo
Luiza Albuquerques: voz
Floriano Villaça: violão e arranjo
Caio Góes: baixo
André Kurchal: percussão


(Vídeo Produzido e Editado por Rose Poulain)

16 novembro 2008

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Pelos Pólos
ROGERIO SANTOS
(para melodia de Renato Candro)

cheguei tão perto de você
que não consigo mais viver
meu corpo todo pede
decididamente
que o mundo se acabe num beijo

pele
.......pelos
................pólos
.........................teus


turbilhão de prazer
primavera do ser
plenitude talvez ?

assim tão perto de você
e traduzido vou viver
por esse amor

que toda a luz
de um novo dia

faz a vida florescer


12 novembro 2008

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Atrevido
Letra:ROGERIO SANTOS
Musica:SOLANGE SÁ


a tre vido no trevo de quatro folhas
a tre vido nos dados em seis virados
a tre vido no bate em sete de ouros
no terço talhado em prata
degelo de glaciares


a tre vido no roubo da rosa rara
a tre vido no verso jorrado em lava
a tre vido na luz da lua de nata
no olho do olho alheio
no gume da fina faca

a tre vido no tombo da corda bamba
a tre vido no gomo de uma laranja
a tre vido no gole de uma cachaça
no corte de uma palavra
no amor que incendeia a sala

a tre vido no peito cravado à bala
a tre vido na fala que engole a fala
a tre vido na trilha da tua palma
na porta da tua casa
na língua travada à travo

a tre vido retalho das tuas coxas
a tre vido por dentro das tuas bolhas
a tre vido na flor da tua cascata
na carne da tua nuca
no trevo de quatro folhas

a tre vido




07 novembro 2008

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Pontevedra
ROGERIO SANTOS
(para a música "Pontevedra" de Chico Pinheiro)

"feixes, fontes, rías, montes,
vinhas, flores, conchas, cores,
sopram notas improváveis..."

herança sempre carreguei
despir os pés
para tocar com meu olhar
meus dedos quanto calejei
viaja o violão
e numa escala faz o canto derramar

um brinde, uma queimada
e vou ouvir gaita ao luar

tantos passos que já caminhei
o sangue converteu
por entre artérias temporais
em marcas, e me tatuei
a ponte - Pontevedra - atravessei
com meus acordes ancestrais

no filho que partiu
habita o som desse lugar

nos pincéis tons de contemplação
tintas de amor e adoração
pintam na canção

um brinde, uma queimada
e vou ouvir gaita ao luar

tantos passos que já caminhei
o sangue converteu
por entre artérias temporais
em marcas, e me tatuei
a ponte - Pontevedra - atravessei
com meus acordes ancestrais

no filho que partiu
habita o som desse lugar

no encanto desse encontro
me perder
e me perder
pra te encontrar

05 novembro 2008

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Espraiar
ROGERIO SANTOS

cabe um beijo na madrugada
quando a insônia não mora longe
mas quando é praia de ilha bela
quem faz o cais em belo horizonte?

cabe um beijo na madrugada
que o vento risca a ilha comprida
que a areia clara de porto alegre
afasta as ondas da guanabara

cabe um beijo na madrugada
nas cruzes densas e solitárias
do mar de ruas dessa cidade
que em cada barco uma jóia cara

cabe um beijo na madrugada
esteio esteira tampão mordaça
enquanto o povo não praia a praça
hei de nadar sem perder a graça

cabe um beijo na madrugada
que seja um beijo descortinado
desses que faz sol raiar o dia
sem meia pressa da mocidade