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06 março 2007

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Atraque
Rogerio Santos

não há nesse mundo disfarce possível
nem lenço nem pelo nem pele nem nada
sem choro sem riso sem máscara civil
sem pálpebras jorram teus olhos da alma

não sirva-se assim tanto desconfiada
qual fossem sinais luminárias de albergue
com lentes escuras mudando a prumada
meus olhos bem sabem que a eles persegues

a réplica o tétrico a bruma que tarda
fustigam por dentro no gozo contido
inundam-se fendas nas ventas da alma
separam-se pernas desnudam sentidos

a dança o doce frescor de florada
um raro relógio calado no grito
a língua se banha na terra molhada
um peixe mergulha senhor do infinito

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