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09 setembro 2010

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Nanquim
ROGERIO SANTOS

esse pranto em silêncio
desabou perfumado
orvalhou decantado
no calor do cio

quem só vive colhendo
no falar e no ouvir
desaprende a ruir
e intuir outro estio

desaprende a sentir
desfolhar, tatear e olhar
o que não se desvela
senão pelo silêncio

e esse rio do rio de nós
no negrume e algidez
leito escrito à nanquim
quando o mar vai despir?

quero som de tua pele
quando o mar vai vestir
esse rio de mim
quando explode em silêncio

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