A poesia
é o sobretudo
que me cobre.
O lado
de dentro
e o lado
de fora.
Folha de cima é o nome das terras que eram cultivadas por antepassados de minha família paterna.
Da mesma maneira, escrever, colocar minhas idéias viagens e experiências no papel ou armazená-las num sítio, é voltar ao cultivo de raízes das quais sou fiél depositário.
dentro de todo querer tem asas de anjo de guarda tudo que pede um viver bem livre de amarra e de farda tudo que sei de aprender é espalhar que não sei nada só sinto que faço valer todo amor na minha estrada
só sinto que faço valer parede de casa caiada tudo que sei de aprender não mora num conto de fada tudo que pede um viver é poesia enamorada dentro de todo querer tem a noite e a madrugada
dentro de todo querer tem viola enluarada tudo que pede um viver tem um som de passarada tudo que sei de aprender é inflar a voz calada só sinto que faço valer quando o canto vira enxada
só sinto que faço valer se a chuva é de enxurrada tudo que sei de aprender vem na última tragada tudo que pede um viver é paixão redesenhada dentro de todo querer vive a flor ensimesmada
escrever é uma sina publicar é uma sanha oração não cabe em cela e pau não foge de aranha quatrocentos são os golpes vinte mil são os galopes entre o cravo e a ferradura do ostracismo e do ibope se a inspiração me fascina entorno mais meio xarope dábliu, dábliu, dábliu, ponto folha de cima blog spot
Iluminura quando avoa cobre o céu em desatino pilha nuvens e pessoas quando cria em desaviso chuva boa de poesia casamento de viúva quando o sol enfim desponta noutro dia que se apruma