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30 agosto 2014

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Vermelho 
ROGERIO SANTOS

água, caia do céu
e faça poesia concreta
água, molhe minha boca
e irrigue o meu coração
represa de líquido e sangue
será que mereço perdão?

alma de terra molhada
vermelho poeira e argila
chuva que lava o meu rosto
é música que beija o chão
tem cinza bem onde era verde
será que teremos perdão?

o ocre no olhar das pessoas
um corpo que verte o calor
são ondas sonoras, sirenes
nas ondas dos rios de verão
é a vida de curso imperfeito
que sinto em perene vazão

"é pau é pet
é o fim do caminho
um resto de toco
de outra construção"

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