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09 abril 2015

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Que Chico não veja
ROGERIO SANTOS

aquela moça
de adorno poético
cravado na pele
esfinge na boca
lascívia e olor

aquela moça
de distância confusa
entre os pés e a nuca
entre o não e o nunca
entre o já e o até

aquela moça
de relógio invisível
na névoa fria
com choro de flauta
com toque de flor

aquela moça
de cepa sublime
de olhar terra roxa
compassos certeiros
ataques espertos

aquela moça
tem nela poesia
que dá uma canção
(que Chico não veja
que entorna no chão)

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