skip to main |
skip to sidebar
572
Ilustre desconhecida
ROGERIO SANTOS
(1)
Foi como mergulhar
Numa abissal brasileira
Pronta pra despertar
Quando o sono revela
Sábia de me iludir
Inventar a verdade
Ser, não ser, perder, procurar
E perguntar: quem sabe?
(2)
Na hora de entregar
O meu olhar de querela
Décimo quinto andar
Vou saltar da janela
Pensam que vou cair?
Sou mulher e arandela
Sei brilhar e vou flutuar
A valsa vai por ai
Refletir as estrelas
Ser o chão às avessas
E na copa de uma sumaúma
Um trapézio de cordas falsas
Pra enfeitar a praça
E o viço que virá, seguirá
Mesmo se o mundo esquecer
Alguém dirá: - Ir e vir, ir e vir
Seguir!
(3)
Quando for decifrar
Minha aflição paralela
Ninguém há de calar
Tão sutil primavera
Canto pra resistir
E ganhar a cidade
Conhecer pra desconhecer
Entreconhecer pra reconhecer
Contos de ir e vir
Contos de ir e vir
Nenhum comentário:
Postar um comentário