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10 outubro 2007

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( O beijo: Gustav Klimt )

Beijo Perdido
ROGERIO SANTOS

um beijo em silêncio
invade a noite carioca
enquanto uma bala perdida
busca um alvo adormecido
o sol que escorre da flor
na síntese do alimento
no instante derradeiro
o beijo busca um abrigo
no porta-retrato da estante
paira um recorte argumento
é como se nesse silêncio
ainda portasse um sorriso
o beijo jogado no tempo
explode no meio da boca
para a bala contratempo
de movimento tenente
a bala em fração de segundos
coadjuvante em contracena
se cala atingindo a parede

4 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom!!
beijos,
Andréa

Luh Oliveira disse...

Belo poema, poeta!
A imagem muito bem escolhida também.
Parabéns!

Lu

Anônimo disse...

Caramba Rogério!!! Fuçando na net achei esse blog! Já coloquei nos meus Favoritos!
Aliás, parabéns, não conhecia seu viés poético.
Abraço,
Carlinhos(filho da Regina).

Carlos Henrique Leiros disse...

Alvíssaras, meu caro;
É bom vê-lo de volta a este espaço e, o que é melhor, de verve bem afiada :]
Gostei do poema. Traz consigo aqueles jogos de sedução que a noite tão bem inspira, numa linguagem que literalmente nos sacode.
Aquele abraço do
Carlos