
Cardume
ROGERIO SANTOS
cato cacos de poesia
como quem garimpa
palavras perdidas
num dicionário da vida
acaso forro aflore
na Ilha das Flores
um eu expectador
personagem ou diretor
invoco terços vocábulos
verso tríade incesto
os Zés e meus eus
entre pilhas de dejeto
masco nós e cós e cuspo
como pet e pão e domo
minha terra prometida
meu maná estilhaçado
devoro por essa vida
tanto tudo todo todo
remo e rede e barco
e esse peixe multiplicado
que todo peixe é palavra
um feixe no xis da questão
aquele que nada e se cala
é peixe de um novo Sião
Um comentário:
tanto tudo todo todo
meu tudo às vezes é vazio
quarto estranho
paredes frias
alma frita com recheio de vento.
eu sou, eu sou, eu vou, eu côo
café forte feito na hora
o leite eu derramo
prá que chorar?
o que resta é a vida
que não vale nada sem história prá contar.
especial!
Postar um comentário