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19 novembro 2014

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(foto de João Paulo Gonçalves)

Beira de Lagar (3° poema)
ROGERIO SANTOS

outono no ar
as folhas esperam pelo chão
as folhas se espalham
espelhos de um voo temporão

qual folha que voa para o não
na "Folha de Cima" sinto o ar
da terra nos olhos de meu pai
que foram morar noutro lugar

a folha cultiva meu olhar
no chão de uma "beira de lagar"
é o voo do sonho de meu pai
no ar, já no céu, perto do chão

é folha tão boa de bailar
as folhas já sabem que voltar
é verbo que não se aplica mais
e cuidam de borboletear

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