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04 julho 2006

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Mundinho
Rogerio Santos

fui menino de rua
não desses que vejo hoje
daqueles que se divertiam
com brincadeiras vadias

esconde-esconde, pega-pega
queimada, pipa e balão
tratorzinho-de-lata-de-óleo
futebol nos campinhos de chão

formava fila na escola
cantava o hino nacional
o da bandeira também
ao ser hasteada no mastro

canoa dos anos setenta
plena e cruel ditadura
tristeza, medo e tortura
nos braços da guerra-fria

fui menino de rua
daqueles que se divertiam
com brincadeiras vadias:
- era feliz e não sabia

Um comentário:

Anônimo disse...

é verdade,poeta,também fui menino de uma rua quando era menos perigosa, embora cruel...abraços,Pituco,namaste