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29 novembro 2008

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Vai e faz
ROGERIO SANTOS

flor de vento
verdes são os tempos
desbravadas vias
sintonias finas
sons de efe eme

voz aguda
toda chave
na fogueira da palavra
não é cedo
não é tarde
não há saia justa

acontece que divisa
faz a linha imaginária
horizonte monte ponte
rompe um som pelo ar

vai sonhar
vai soar
vai sonar
vai e vai e vai e vai e vai

faz voar
faz ficar
faz brilhar
faz e faz e faz e faz e faz

flor de vento
ventania no loquete
quebra e parte
abre a grota
erosão se fez

3 comentários:

Unknown disse...

Vim, vi e fiz... só falta ouvi!
Domingo vai ter sessão recital aqui, né? Beijão!

Anônimo disse...

Vim, vi e fiz como a Vi!! hehe
Também quero 'ouvi', viu?
Recital não sei não, bela, mas um Receitão de batatas está 'porvir'

Vim, vi e agora vou...

Beatriz disse...

Na fogueira

palavra alinha a letra
A letra lavra a língua
A língua age em fala
A fala fixa o signo
O tom sonoriza o significante
A sintaxe sintetiza o som
Forma a frase, traça a imagem
Faz do rastro o significado
E grafa a paisagem


quem dera, poeta, fosse assim desbravadas vias pra mim. vivo na saia justa da compulsão de aprendiz de escritor que quer ir nas ondas sonoras das sintonias tão finas como estas aqui.

Show de bola, Rogério. Grata ao Poema Dia por ter descoberto teu trabalho. bom demais. Navegando de cima abaixo nessa folha.