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16 janeiro 2009

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Voo 1549
ROGERIO SANTOS

o avião é uma máquina tão avançada
que mais dia, menos dia
algo do gênero acontece:

mais um deles pensou que era pássaro
e num relance
armou um belo mergulho
quando viu do alto um peixe suculento
nadando tranquilo no meio do rio

os homens robotizados
não observam pássaros

a alma dessa máquina
no fundo
morre de inveja deles

os urubus ficaram à espreita

os homens e sua máquina
tiveram que baixar o nariz

ainda não foi dessa vez
que mais um espetáculo se consumou

2 comentários:

Anônimo disse...

Como sempre superligado ao dia a dia. Legal! Fiz comentários no post também feito lá no Blogenerico. Abração, poeta!

Adriana Riess Karnal disse...

Aqui os homens não observaram os pássaros, observaram os peixes.
A vida salvou-se, mas a máquina, ah, rompeu-se.