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22 dezembro 2009

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Mágoa Espraiada
ROGERIO SANTOS

palavra pendida da carne
tatuada na cidade
com tinta forjada no tempo
de construções ancestrais
alquimia de ruas e paços
quem há de ouvir os meus ais?

maldito burocrata
puxa-saco caça-níquel
rasteira eminência parda
que infesta piratininga
com desprezo pela história

mas será o Anhangabaú?

que malfadada fonte é essa
que impulsiona meu poema
pela Ladeira da Memória?

até quando os topônimos
servirão à gatunagem
e quantos Robertos Marinhos
vão espraiar pela cidade?

periga daqui algum tempo
olhar o vale Silvio Santos
de cima do Viaduto Lombardi?



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