
Solicitude
ROGERIO SANTOS
pessoas tem um quê
de nave solitária
nas lembranças,
um tanque de combustível
surrado numa gôndola
de supermercado
palpita um gosto
de fruto tolhido
do canto da boca
brota um sorriso
mora num recanto
sereno da alma
um beijo estampado
em retrato antigo
corte transversal
no peito do tempo
cadeira de balanço
de cada indivíduo
a solidão esconde
açoite, mil faces
esquinas, olhares
lugares ambíguos
ao longe, na rua
o desconhecido
do canto da boca
brota um sorriso.
pessoas tem um quê
de nave solitária
2 comentários:
Poeta,'benza a Deus',que poema!ás vezes demoras a postar,talvez para recobrares o fôlego!Que pulmôes!...adendo: sempre que perguntam por minha procedÊncia racial, digo que sou 'cachorrão e vira-lata'...rs!...abraços sonares...namaste
Depois de "Valsa etérea", melhores versos seus que já lí.
Escrevendo cada vez melhor,
sentindo cada vez melhor.
Abraços poéta!
EV
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