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14 setembro 2006

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Solicitude
ROGERIO SANTOS

pessoas tem um quê
de nave solitária
nas lembranças,
um tanque de combustível

surrado numa gôndola
de supermercado
palpita um gosto
de fruto tolhido

do canto da boca
brota um sorriso

mora num recanto
sereno da alma

um beijo estampado
em retrato antigo
corte transversal
no peito do tempo

cadeira de balanço
de cada indivíduo
a solidão esconde
açoite, mil faces

esquinas, olhares
lugares ambíguos

ao longe, na rua
o desconhecido

do canto da boca
brota um sorriso.

pessoas tem um quê
de nave solitária

2 comentários:

pituco disse...

Poeta,'benza a Deus',que poema!ás vezes demoras a postar,talvez para recobrares o fôlego!Que pulmôes!...adendo: sempre que perguntam por minha procedÊncia racial, digo que sou 'cachorrão e vira-lata'...rs!...abraços sonares...namaste

Erick Vicente disse...

Depois de "Valsa etérea", melhores versos seus que já lí.
Escrevendo cada vez melhor,
sentindo cada vez melhor.
Abraços poéta!
EV